Home Office e exercícios: uma combinação fundamental!
- cactaliasuculentas
- 18 de ago. de 2020
- 5 min de leitura
Nunca imaginamos que uma pandemia iria nos trazer para tão perto de nós mesmas. As antigas rotinas apressadas estão sendo ressignificadas e o medo ganhou espaço em nossa atmosfera.
Sem perceber, nos tornamos condicionadas a viver no automático, sempre cumprindo prazos, pois parece que só assim conseguimos ter o mínimo de disciplina e organização. Devido a essa rotina automática e cansativa há tempos perdemos nossa autonomia nos momentos mais simples.
Com a nova realidade que se instalou no mundo, a maioria das pessoas teve que se readaptar, se reconhecer, se reestabelecer, se reconectar, se reinventar e todos os “res” possíveis que tiverem por aí. Recomeçar do início? Não, fazer diferente!
Estamos tentando muitas vezes ir contra nós mesmas, tentando seguir determinados padrões que nem servem para o nosso estilo de vida. Isso faz mal. As palavras da moda são “desacelerar” e “produção”. Seguir esses dois caminhos favorece o surgimento de problemas psicológicos. Acredito que elas deviam mudar para “movimentar” e “respeitar”. Vamos devagar, está tudo bem não conseguir todos os dias, incessantemente, ter uma rotina de treinos, meditar às seis da manhã, deslizar na alimentação. Faz parte de nós, da nossa essência como seres humanos que somos.
A tecnologia, por exemplo, intensificou o home office e ao mesmo tempo em que foi útil para o mercado de trabalho de uma forma geral, ela impactou negativamente no nosso corpo. E digo corpo mesmo, porque físico e mental andam juntos. O home office já existia antes da pandemia, porém era mal visto em termos de produtividade, devido ao fato de que quando nos imaginamos trabalhando em casa, achamos que é mais fácil, mais confortável e nos tornamos menos eficientes. Não galera. Trabalhar em casa demanda muito mais organização e disciplina do que nós imaginávamos. O bicho pegou, né? Sabe por quê? Porque agora somos nós por nós mesmas! Algumas lacunas ganham espaço, trazendo a falta de presenças diárias, como a pessoa que faz o café, que limpa a nossa mesa ou da colega naquele intervalo esperto, que nos traz aquela segurança e apoio diário.
É, a pandemia e o isolamento social serviram para nos mostrar que as coisas foram saindo do controle aos poucos. Algumas pessoas conseguiram perceber que o trabalho era um refúgio e nem era aquilo que gostavam de fazer. Da mesma forma perceberam que davam pouca atenção pros filhos, para a família, amigos próximos, para os pais idosos que do nada se tornaram “grupo de risco”, mas, na realidade, sempre foram.
Ah, e o principal: a preocupação com a saúde ganhou apreço. O exercício físico que antes era inexistente começou a ser uma ótima opção para passar o tempo. É comprovado que o principal fator de mortes no mundo é a falta de movimento. Essa informação está por toda parte.
Falta de movimento é uma forma sútil de falar de sedentarismo. Quando trabalhamos em pé ou caminhando, achamos que estamos nos movimentando em prol da nossa saúde, mas isso não é movimento. Horas a fio em frente a um computador ou em pé realizando qualquer outra atividade que demande reproduzir os mesmos movimentos viciosos, cansativos e altamente inflamatórios, não se encaixa em uma vida saudável e ativa. E só vamos entender isso quando estivermos mais velhas e o corpo começa a dar sinais, de dor e problemas articulares irreversíveis. A partir daí perdemos qualidade de vida e começamos a sentir na pele e no bolso.
Hoje em dia é incrível a quantidade de “receitas de bolo” com exercícios físicos jogadas na internet, nas quais qualquer pessoa que faça uns “abaixamentos” guiados por vídeos de “influencers fitness” acredita que é suficiente e correto. Por que “antes fazer de qualquer jeito, do que não fazer nada, né?”. Desculpem-me o excesso de franqueza, mas essa ideia está longe de ser “uma boa”.
E é nos guiando por esses pensamentos baseados em conformismos que acabamos automatizando nossas procuras até mesmo para nos mexer. Vamos executando movimentos que às vezes nem são para o nosso corpo, que nem vão trazer grandes benefícios e seguimos desleixadas com nós mesmas, desmotivamos, e logo adiante já estamos colecionando maus hábitos que possivelmente vão vir a ser disfunções irremediáveis.
Então aqui vão umas dicas de ouro pra quem segue em home office e já sente alguns sinais de que o nosso corpinho está pedindo por mais atenção e cuidado:
- Vamos nos permitir respirar fundo por vários instantes ao longo do dia;
- Beber café é gostoso, mas não podemos nos esquecer de que a água é vital, indispensável, para a funcionalidade do corpo;
- É importante estar no clima para realizarmos nossas atividades, portanto nada melhor que trocar a roupa de dormir tanto para trabalharmos quanto para nos exercitarmos;
- Organizar um horário do dia para se exercitar é importante mesmo com chuva, frio ou sol;
-Falar com um profissional da área de educação física para planejar um treino é bem importante. Há quem diga que isso é caro e com a pandemia não seja o momento para esse investimento, mas se vocês conversarem com profissionais da área verão o leque de opções que somos capazes de dar em relação a valores.
São diversos atendimentos voltados a todos os tipos de público, com pacotes, planilhas, avaliações, exercícios, dicas, formas de planejar treinos, enfim... As possibilidades são infinitas. A pandemia veio para todos, não esqueçamos disso;
- Aprender a ouvir os sinais que o nosso corpo nos dá e enxergar ele com carinho nos faz ter mais atenção em relação aos nossos hábitos;
-Educar nossos sentidos é primordial para nossa consciência corporal, através dela conseguimos ter uma boa execução para qualquer movimento, incluindo os fundamentais: sentar, deitar, caminhar... Padrões básicos e essenciais;
- A frase da moda “seja luz” vale para ambientes também, é sempre bom dar preferência para lugares bem arejados e iluminados tanto para se movimentar, quanto para trabalhar;
- Organizar a nossa casa nos causa sensação de bem estar e paz;
- Se necessário, investir em algum material para treinar pode ser uma boa ideia, isso nos motiva a seguir;
- Enfim, ser mais consistente em tudo que formos desprender energia causa a impressão de dever cumprido, mesmo que seja um pouquinho por dia, é bom nos percebermos eficientes e ativos, principalmente pra quem está em home office - a disposição é a alma do negócio;
Se movimentar com qualidade não é bobagem, não é perda de tempo, não é coisa de momento. Se movimentar com segurança é funcionalidade, é o único bem que poderemos desfrutar até o final das nossas vidas.
Texto produzido pela Renata Polga.
A Renata tem 24 anos, é formada em Educação Física Bacharelado UFSM/2013. Bailarina e Artista Circense. Trabalha com atendimentos personalizados direcionados exclusivamente ao público feminino. Começou no Balé Clássico, e desde pequena, com cinco anos, cultiva o gosto pela arte de se movimentar de diversos jeitos, forma e circunstâncias diferentes. Acredita que corpo é estímulo e se a cura advém de nós mesmas, nada melhor que se conhecer e se enxergar através do movimento, para ela isso é autocuidado.
Conheça mais sobre a Renata e seu trabalho no Instagram @renata_polga




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