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Mulheres e trabalho: Um breve passeio do passado até aqui.

Imaginem a cena: década de 50, a mulher administrava a casa (limpeza, organização, cuidado dos filhos), dependendo do dinheiro de seu marido para adquirir seus bens e administrar a casa. A rotina e o modo de vida que se almejava na época. Neste formato, as mulheres tinham a posição de subalternidade ao seu marido e ocupavam o lugar pré-estabelecido socialmente de cuidar das pessoas, do lar e não tomar outras frentes nem posicionamentos na sociedade. Cuidar da casa e dos filhos é também uma forma de trabalho que demanda muito tempo, disposição, organização e, apesar disso, não é remunerado nem valorizado.


Neste texto, o objetivo é refletir a respeito das oportunidades e lugares que as mulheres têm e como foram construídos.


Para pensarmos na inserção das mulheres no mercado de trabalho, voltemos a nossa atenção a três acontecimentos históricos: a Revolução Industrial e as duas Guerras Mundiais.


A Revolução Industrial, ocorrida entre 1760 e meados de 1820 e 1840, gerou grandes mudanças no modo de trabalho da época. Sua principal característica foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. Lopes explica que:

Outro ponto importante nas grandes conquistas e mudanças foi,

ainda na segunda metade do século XVIII, com a vinda da

Revolução Industrial, que acabou por absorver de forma

importante a mão-de-obra feminina pelas indústrias com o

objetivo de baratear os salários, trazendo definitivamente a

inserção da mulher na produção (....) Encontraremos a presença

de trabalhadoras assalariadas em grande número e essenciais ao

desenvolvimento da indústria têxtil. Mesmo com isto há uma

busca pela negação da inclusão da mulher na classe

trabalhadora, ontem e hoje.


Na busca por uma nova postura de comportamento perante a sociedade e consciente de sua força e atos, em 1957, 129 operárias de uma fábrica de tecelagem em Nova Iorque entraram em greve, e ocuparam a fábrica para reivindicar a redução de um horário de mais de 16 horas diárias para 10 horas. Foi por causa de mulheres que trabalhavam em fábricas que se comemora hoje o dia da mulher.


As mulheres que trabalhavam por 16 horas diárias recebiam um valor menor que um terço do salário dos homens. Essas trabalhadoras, que estavam ali para resgatar seus direitos, foram fechadas no interior da fábrica onde se declarou um incêndio que provocou a morte de todas carbonizadas. (BAYLÃO, SCHETTINO, 2014)


Mudanças notáveis se estabeleceram durante este período trazendo alterações ao modo de vida que as mulheres levavam até então.


Com as duas guerras mundiais, as mudanças continuaram. A primeira se passou entre 1914 a 1918 e a segunda de 1939 a 1945. Enquanto os homens iam para as frentes de batalha, as mulheres passaram a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho.


Iniciaram-se intensos questionamentos a respeito das relações sociais construídas no mundo pós guerra e, desde então, as mulheres têm conquistado mais espaço na sociedade e seguem lutando pela igualdade de gênero. O desenvolvimento de direitos individuais reprodutivos induziu a maior autonomia feminina, contribuindo para que as mulheres pudessem ir superando muitas dificuldades que se apresentavam para sua inserção em atividades econômicas.


Esses fatos históricos mostram o quanto a mão de obra feminina tem mais a ver com a exploração de seu trabalho de forma pejorativa e desigual, exploração de seus corpos, do que com as oportunidades que poderiam ser dadas às mulheres. E o quanto de lutas ocorreram e ainda necessitam ser continuadas em relação à participação da mulher no mercado de trabalho.


Trago esses fatos históricos para relembrarmos de nosso passado enquanto mulheres e trabalhadoras. Quando sabemos sobre o nosso passado, podemos continuar lutas que nos dizem respeito até hoje. Somos constituídos de nosso passado e lembrar dele é também dar valor para nossas conquistas de hoje. Isso é essencial para que valorizemos figuras importantes que passaram por muitos desafios para que hoje possamos tomar iniciativas enquanto profissionais e cidadãs desde formas de vestir, até a possibilidade de poder votar, a possibilidade de não ter filhos... Enfim, para que hoje tenhamos a possibilidade de poder fazer as próprias escolhas.


Quando sabemos sobre nossa história podemos defender nossas conquistas, nossos direitos e nossa possibilidade cada vez mais buscar igualdade e possibilidades para que possamos continuar o que muitas começaram antes por nós.



BAYLÃO, André Luis da Silva, and Elisa Mara Oliveira SCHETTINO. "A inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro." XI SEGeT-Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Anais do XI Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende-Rio de Janeiro (2014).

 
 
 

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