O que a Publicidade não mostra
- Gi Cardoso Kümmel
- 17 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de abr. de 2020
Quantas vezes você se sentiu representada pela publicidade?
Empoderamento feminino, autoestima, bodypositive...apesar dessas questões estarem em alta em diversas discussões (em casa, nos grupos de amigos e no meio acadêmico), ainda há controvérsias no meio publicitário.
Um dos objetivos da publicidade é se aproximar cada vez mais do seu público-alvo, retratando seu lyfestile e dores, abrindo assim, uma brecha para que a marca preencha esse GAP. O grande questionamento que fica é: grandes empresas que focam seus produtos e serviços para o público feminino estão traçando este caminho?
Toda a construção publicitária leva, ao final, a dois únicos objetivos: maior faturamento e aumentar o share of mind da marca. Mas, para chegar ao sucesso destes dois indicadores, há toda uma jornada muito mais complexa que inclui o trabalho de um setor de Marketing e uma agência de publicidade. Basicamente: quando há identificação, maiores as chances da pessoa se tornar consumidora (parece simples, não é mesmo? Nem tanto).
O Brasil tem uma cultura muito rica e diversa, construída a partir de etnias, raças e crenças diferentes. Entretanto, os estereótipos ainda são reforçados, limitando papéis de gênero, raça e até tipos de corpos. É aquele papo que muito se comenta em salas de aula e agências de publicidade: “Será que a Xuxa usa Monange?” (de fato, nunca saberemos).
A questão é que na mesma medida em que se conquistam novos clientes - e os mesmos são fidelizados (e por que não love brands?), muita gente acha desnecessário (e até ofensivo) a busca pela quebra dos padrões. Trago dois exemplos da holandesa Heineken para a reflexão (fico devendo exemplos brasileiros e menos parênteses):
E já que estamos falando em propagandas de cerveja...que tal uma breve análise dos anunciantes brasileiros? Não vou me ater aos exemplos específicos, mas o que vem à sua mente quando se trata destas? Mulheres gostosas, cerveja e futebol? Pois bem. Óbvio que há exceções às regras e existem belos trabalhos de muitas marcas e agências, porém, este padrão deveria ter ficado no passado, junto a piadas machistas e preconceitos recatados e do lar.
Por fim, tudo se trata de POSICIONAMENTO: como você quer ser visto pelo público? Outro aspecto é que a publicidade deve caminhar junto às mudanças da sociedade, retratando suas características e anseios, sempre valorizando o consumidor não como uma grande massa, mas sim como alguém único.
Foi-se o tempo em que a mulher negra não podia ser bem sucedida ou a mulher gorda não podia se sentir bem na praia tomando uma cerveja gelada. A vida real não funciona assim.
Conexões reais e empatia: assim se faz PUBLICIDADE.




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